terça-feira, 14 de setembro de 2010

Deserto do Atacama

Um pouco mais recuperada segui com os passeios no dia seguinte. Me preparei para conhecer o Valle de la Muerte e o Valle de la Luna, mas antes um panorama sobre o deserto do Atacama.

Paramos em uma espécie de mirante, onde podemos ver todo o deserto e pequenos oásis espalhados por ele, caminhos marcados por automóveis criam linhas sem fim no solo de terra e pedra. É difícil imaginar como alguém pode andar por ali, mas eu vi muita gente fazendo trekking a pé e de bicicleta...

O Atacama é o deserto mais seco e com maior altitude do mundo, dizem os estudiosos que algumas regiões podem ficar até 400 anos sem um chuvisco. O deserto é extremamente árido porque a cordilheira dos Andes funciona como uma barreira, impedindo a entrada de umidade que vem do Oceano Atlântico e da região da Amazônia, e a umidade do Pacífico também não atinge o deserto por causa da sua altitude. Esse ar seco proporciona vermos a olho nú distâncias kilometricas, podemos ver até um pedacinho da cordilheira que divide o Chile da Bolívia e da Argentina.

A vista é linda e a gente se sente pequeno diante tanta grandiosidade...





Geiseres El Tatio

Acordei as 3:00h da manhã porque a van estava programada para me buscar as 4:00h no albergue, como na noite anterior eu passei mal por causa da altitude, acabei pegando no cochilo muito tarde (nem digo sono porque aquilo não foi dormir). Preparei minhas coisas e tratei de me agasalhar bem porque haviam me falado que era muito frio lá fora de madrugada.

Esperando a van no albergue conheci uns rapazes que seguiam para o mesmo passeio, mas em outra van, adivinha de onde eles eram? Sim, todos brasileiros - e eu querendo praticar meu espanhol! Quando chegamos em El Tatio, depois de uma viagem de 1 hora e meia mais ou menos, o sol já estava aparecendo. Desci da van e senti o que é frio de verdade! estava fazendo -11º C. Fomos para uma casinha tomar um café e o motorista ofereceu chá de coca para os que podiam passar ou estavam passando mal com a altitude, eu tomei e sinceramente não senti efeito de nada.

Quando o sol saiu a temperatura caiu mais e foi para -15º C, nessa hora eu já não sentia mais nada. Víamos os raios de sol atravessando a fumaça que se forma com o calor das águas dos geiseres, é lindo, não dá para descrever em palavras e aí você vê toda aquela natureza interagindo e pensa como Deus cria essas coisas tão belas. Vimos os geiseres em atividade e... achei meio... mixuruca as colunas de água que saem do chão, acho que o mais alto que eu vi tinha 1,5m de altura.

Apesar disso, os geiseres são uma boa pedida de passeio porque é diferente de tudo. Eles ficam em uma bacia geotérmica em mais ou menos 4.320m de altitude, alto prá chuchu. No centro do "parque" tem uma piscina natural e a água pode chegar a 35 graus em um dos lados, nessa piscina as pessoas podem entrar para se banharem, mas coragem é tirar a roupa para entrar na água. Eu não entrei porque não levei roupa de banho e também porque estava com muita falta de ar e sentindo um cansaço extremo, eu caminhava 30 metros e parecia que eu tinha corrido 50 kilômetros, é uma sensação muito esquisita.


Na volta dá para ver a beleza do caminho. Vimos também algumas llamas e guanacos que passeiam livremente ao redor da estrada. Apesar do 1,5m de coluna de água, o passeio vale muito a pena!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Laguna Cejar III

Pegamos a van mais uma vez para a última parada onde ficaríamos até o pôr do sol e seria servido um pisco para nós. Chegamos lá e nos deparamos com uma paisagem linda! Já começava a fazer frio porque a medida que o sol se põe a temperatura vai caindo bruscamente.

Me agasalhei e começou o espetáculo, eu tinha a sensação que não conseguia tirar todas as fotos que queria porque a cada segundo se forma uma paisagem diferente, podemos ver o lago bem rasinho e as montanhas ao fundo que se refletem na água como um espelho, conforme o sol vai se pondo, as montanhas mudam de cor, de amarelo para laranja, marrom, lilás, azul, azul meio verde turquesa até que ficamos na escuridão total, muito lindo.

Quando o sol estava quase no finalzinho, o motorista sacou uma mesa e uma caixa térmica da van e serviu pisco e suco para o pessoal. Eu não experimentei o pisco porque estava com uma dor de cabeça muito forte, me sentia cansada e com muita falta de ar, achei que era falta de alimentação porque estava sem comer desde as 14:00h.

Chegando no albergue não conseguia dormir mesmo depois de comer, acabei indo ao hospital porque além dos sintomas que eu relatei acima, o meu coração estava muito acelerado. No fim das contas eu estava sofrendo mal de altitude e tive que tomar oxigênio por 20 minutos.

Detalhe do sal - Laguna Cejar

Onde as sombras vão espichando



A hora do pisco!

Espelho



Laguna Cejar II


Depois de conhecer os primeiros lagos, seguimos para a segunda parada. Pegamos uma estrada que é marcada apenas pelos pneus das vans, tem hora que não se vê nenhuma marcação no chão e dá medo de se perder. Chegando no lugar, conhecemos os lagos que pareciam estar em umas crateras, o céu refletia nas águas e o azul é incrível!

Bom, não dá para descrever em palavras a paisagem que se forma naquele lugar, melhor mostrar pelas fotos!!




Brasileiros no Atacama

Muito azul


Laguna Cejar I

Esse passeio vale muuuuuuito a pena. As cores, o céu, o deserto, o caminho, tudo é fascinante! Saímos as 15:00h da cidade e seguimos por mais ou menos 1 hora em uma van, recheada de brasileiros, para os lagos. Pela estrada não tem nada para ver, só pedra, mas quando chegamos no primeiro lago, é lindo.

A Laguna Cejar está localizada no planalto andino do norte do Chile e essa é a parte mais baixa e mais úmida do deserto do Atacama. A presença de sal precipitado dos lagos é tão alta que poremos andar em cima desse puro sal e a presença de água se limita à alguns pontos que formam esses lagos. Antigamente a região da Laguna Cejar e Piedra era utilizada para atividades de pasto, mas não imaginem um solo todo verdinho e bonitinho, é uma vegetação rasteira meio amarelada.

Nas bordas dos lagos se formam umas crostas de sal, é muito bonito ver aquela água cristalina com essas placas de sal cristalizado nas bordas e depois um azul claro que vai ficando bem profundo. É lindo ver tudo isso em meio uma paisagem tão árida no deserto.


Lago a frente, vegetação rasteira e o vulcão Likankabur ao fundo

Sal cristalizado na borda do lago


Pukará de Quitor



No primeiro dia em San Pedro, conheci a vila e comprei os passeios. Na rua principal tem várias agências de turismo e não vai pensando que é uma agência com atendimento vip, é tudo muito simples. Tem que pesquisar bastante porque de agência para agência os preços mudam e mudam muito e se for pagar en efectivo (dinheiro vivo) sai mais barato.

Nessa agência conheci um casal de chilenos que estava com o filho e um colombiano. O dono da agência nos sugeriu um passeio para Pukara de Quitor, um lugar a 3km (mais ou menos 10 minutos de carro) de San Pedro.

Pukará de Quitor é um sítio arqueológico pré-colombiano e foi proclamado monumento nacional em 1982. Pukará é um forte construído pelos atacamenhos para se defenderem do povo Inca e depois foi utilizado pelos Incas para se defenderem dos espanhóis por aproximadamente 20 anos.

Chegando lá, tínhamos que pagar para subir e conhecer o forte e as ruínas das casas em dois circuitos, um menor e um outro mais alto. Começamos a subir e só se via pedra e mais pedra, aí fiquei pensando no investimento, mas lá no topo valeu a pena porque podemos ver toda a cidade de San Pedro. Podemos ver também os vulcões Licancabur, Lascar e Corona e todo o deserto. Vale muito a pena.

Cheguei exausta do primeiro circuito e decidi não encarar o segundo, até porque estava um super sol e a tarde eu ainda ia para a Laguna Cejar, no fim a chilena e eu acabamos esperando o restante do pessoal na base.


Subindo o primeiro circuito

Ruínas das "casas" e forte

Vista de San Pedro de Atacama e o deserto ao fundo


Vista do vulcão Licancabur (lindo!)

domingo, 12 de setembro de 2010

San Pedro de Atacama

Após um stress com minha passagem que foi cancelada dois dias antes de eu embarcar, consegui deixar tudo certinho para viajar.

Às 8:55 da manhã do dia 12 de setembro de 2010 saiu meu vôo para Calama com conexão em Santiago.


Chegando na cidade a gente tem a certeza que estamos no meio do nada. San Pedro é um oasis no meio do deserto do Atacama. Curiosidade: Na cidade(zinha) as edificações tem que seguir a arquitetura local, construções com no máximo dois andares e feitas com uma espécie de bloco de terra. Lá a maioria das construções são feitas com essa terra que lembra o nosso pau a pique, mas as paredes são bem mais espessas e esse sistema de construção mantém a temperatura interior muito agradável.

Em meio dia você conhece a cidade que vive do turismo e dos tours que saem diariamente. Me programei para conhecer a Laguna Cejar, os Geisers, Valle de la Luna e o Valle de la Muerte. Fiquei de conhecer a Laguna Altiplanica que parece ser um passeio muito legal, mas eu tinha poucos dias na cidade e então tive que optar por alguns passeios.


A cidade de San Pedro de Atacama

A principal praça da cidade e a área mais arborizada
(praticamente uma floresta perto do restante)

Igreja de San Pedro de Atacama

sábado, 11 de setembro de 2010

Preparando as malas!

Malas prontas, expectativas a mil! Quando decidi ir para o Chile e Argentina separei algumas cidades para conhecer, mas como tudo era meio longe no Chile e eu tinha pouco tempo, acabei decidindo por pela zona mais ao norte onde está o Deserto do Atacama e Santiago. Ainda voltarei para conhecer o sul do Chile.

Meu roteiro é o Deserto do Atacama, Santiago, Mendoza e Buenos Aires. Tudo isso em 19 dias.

A viagem entre roteiros, passagens, roupas, acessórios, documentos e demais itens foram preparados em três meses mais ou menos.

Tudo preparado! Só falta embarcar nessa viagem!


Aeroporto de Santiago/Chile